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Decifre o significado das siglas que aparecem nas embalagens dos filtros solares e proteja sua pele

Foto: Antonio Gabola para Unsplash

Segundo a dermatologista Ana Maria Pellegrini, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o consumidor brasileiro costuma lembrar mais do protetor solar no verão. E muitas vezes ele não entende o significado de FPS, PPD e PA+ entre outras siglas. A maioria delas são abreviações do inglês, o que pode complicar mais seu entendimento. “Entender as siglas de um fotoprotetor é de tamanha importância, já que estamos falando de raios solares que podem causar envelhecimento, manchas e câncer de pele, e do que é usado para proteger desses raios”, explica a dermatologista. Saber o que está por trás dos apelos de marketing que aparecem nos rótulos também ajuda a escolher o melhor produto.

UVA – É uma radiação emitida pelo sol e presente do nascer ao pôr do sol. “É capaz de atravessar nuvens, janelas e vidro dos carros. Sua incidência não muda com a época do ano nem com o clima”, destaca a médica. “Da mesma forma que atravessa janelas, esse tipo de radiação penetra profundamente na pele, sendo considerada a principal responsável pelo envelhecimento precoce (manchas e rugas). Mas, diferentemente da UVB, ela é indolor, sua ação é na derme, sendo responsável por produzir os temidos radicais livres”, informa a médica. Aumenta o risco de câncer de pele.
UVB – Radiação ultravioleta de maior importância para a pele, o UVB é capaz de deixá-la avermelhada, com eritema, e por isso causa queimaduras e ardência. “Essa radiação está presente em maior concentração entre 10 e 16 horas e está envolvida na síntese da vitamina D. No entanto, por reduzir as defesas primárias do corpo, presentes na superfície da pele, também aumenta o risco de cancerização”, afirma a dermatologista.
FPS – Fator de Proteção Solar é um índice que determina o tempo em que uma pessoa pode estar exposta ao sol sem deixar a pele vermelha. “É o valor obtido pela razão entre a dose mínima de vermelhidão na pele protegida por um protetor solar e a dose mínima de vermelhidão na mesma pele quando desprotegida”, explica. Essa proteção refere-se apenas aos raios UVB. Qual é o FPS ideal? “Se eu aplicar fator 30, ele absorve em média 96,7% da radiação solar. No caso do fator 50, ele está absorvendo 98% da radiação solar. Uma das estratégias recomendadas é o uso da “regra da colher de chá”, na qual consideramos a aplicação de uma colher de chá no rosto e em cada um dos membros superiores e duas colheres de chá para tronco/dorso e para cada um dos membros inferiores”, explica a Dra. Ana Maria Pellegrini.
PPD / FP-UVA – PPD significa Persistant Pigment Darkening e indica o grau de proteção contra os raios UVA. Nos rótulos, o PPD pode aparecer como FP-UVA (Fator de Proteção UVA). “No estudo de UVB (FPS), medimos o quanto a pele demora para ficar vermelha quando exposta ao UVB. No caso do estudo UVA, mede-se o quanto a pele demora a apresentar pigmentação por melanina quando exposta ao UVA. Embora negligenciado na hora da escolha de um produto, o PPD é um índice importante. O ideal é que o rótulo tenha números a partir de 10 ou represente, no mínimo, um terço do FPS”, diz a médica.
PA+ – Protetores solares importados podem contar com as siglas PA+, PA++, PA+++, PA++++. “O PA é uma escala PPD, ou seja, o grau de proteção UVA de um protetor solar. De acordo com a metodologia Measurement Standards for UVA Protection Efficacy, descrita pela Japan Cosmetic Industry Association, uma proteção entre 2 e 4 é apontada como PA+, entre 4 e 8 é PA++, entre 8 e 16 é PA+++ e maior que 16 é PA++++, sendo os dois últimos as melhores opções.
IR – Sigla mais rara de ser encontrada, mas que vale saber, significa Infrared, ou infravermelho, uma radiação sentida na pele através do calor ou mormaço. “Esse é um comprimento de onda que atinge a derme mais profunda onde estão as fibras de ancoragem e sustentação da pele. E isso traz consequências à elasticidade da pele”. Além disso, o infravermelho também está associado à piora de manchas pré-existentes, especialmente do melasma. A dermatologista explica que, nesses casos, é importante o uso proteção física e antioxidantes que diminuam o processo inflamatório causado pelo Infrared. Para esse tipo de proteção, os filtros físicos ou com cor são uma boa pedida.
À prova d’água – Quando um filtro solar é resistente à água, ele permanece eficaz por, em média, 40 minutos na pele molhada. Se é muito resistente à água, o filtro solar permanece eficaz por 80 minutos na água e é a versão mais indicada para crianças e esportistas. No entanto, sempre reiteramos a recomendação de reaplicar o filtro a cada duas horas e após os banhos de mar e piscina, uma vez que também tendemos a passar mais a mão no rosto ou no corpo, ajudando a retirar o filtro. Reaplicando, garantimos uma pele protegida”, explica a Dra. Ana Maria Pellegrini.
Amplo espectro – Um filtro solar padrão deve proteger sua pele contra o UVA e UVB. Mas o de amplo espectro protege contra envelhecimento (manchas, rugas e flacidez), queimadura e ainda previne o câncer de pele. Pode conter extratos e ativos antioxidantes e anti-inflamatórios, que ‘limpam’ parte da ‘sujeira’ deixada pela radiação que escapou do filtro solar. Esses ativos são importantes porque, como vimos, nenhum filtro confere 100% de proteção; e nem sempre aplicamos de maneira uniforme e na quantidade adequada. Também podem conferir efeito antipoluição”, destaca a dermatologista.
Antioxidantes – Essas moléculas minimizam a formação de radicais livres e, em alguns casos, revertem os danos causados por eles. Aqui vale lembrar que radicais livres são átomos ou moléculas instáveis que, em excesso, atacam células sadias, como proteínas, lipídios e DNA. A radiação solar, o infravermelho e a luz visível são capazes de gerar radicais livres, que também danificam a membrana e a estrutura da célula, podendo, em casos extremos, levar à morte celular”, conta a médica. Quando um protetor solar tem antioxidante, geralmente é considerado de amplo espectro e oferece benefícios adicionais como ação anti-inflamatória, reparadora e antipoluente. “Os antioxidantes mais famosos são as Vitaminas E, C e B3 (Niacinamida), além do ácido ferúlico e do resveratrol”, diz a médica.
Cor – Praticidade (por ajudar na maquiagem) ou proteção? Filtros com cor ajudam a uniformizar o tom da pele, mas não só isso: “Eles têm substâncias como o dióxido de titânio e óxido de zinco, que conferem proteção física à luz visível. São excelentes aliados principalmente para pessoas com melasma, pois as manchas podem piorar com a exposição prolongada à luz visível.
Filtros químicos e físicos –”Existem dois tipos de ação para o filtro solar. Os filtros físicos (óxido de zinco e dióxido de titânio) refletem a luz solar. É como se fosse uma parede de tijolos em que a luz bate e volta. Já os filtros químicos absorvem a radiação UV, transformando-a em baixa energia, sem capacidade de causar prejuízos. A maioria dos produtos ofertados no mercado, sem cor, conta com a proteção química, já os produtos com cor oferecem ambos os tipos de proteção. Em geral, os filtros puramente físicos apresentam a informação “100% mineral” e são mais indicados para pessoas de pele sensível ou sensibilizada. Ou ainda para aquelas que possuem doenças fotossensíveis”, comenta a dermatologista.
Combate o fotoenvelhecimento ou Anti-idade – Quando há uma dessas informações no rótulo, é reforçada a ideia de que o protetor solar é a melhor arma de uso tópico contra o aparecimento das manchas e envelhecimento precoce, além de poder contar com moléculas que ajudam a tratar a pele.
Luz visível – É aquela emitida não só pelo sol como também por computadores, celulares, tablets e outras telas que temos em casa. No entanto, a médica explica que os estudos mostram que é irrelevante o dano provocado pelas telas dos computadores. “A quantidade de energia emitida pelos aparelhos eletrônicos é muito baixa comparada à luz solar natural. Os últimos estudos mostram que devemos nos preocupar com a luz visível natural”, completa.
Protetor solar com repelente – Cuidado! Pode parecer tentador ter tudo em um produto só, mas o problema dos multifuncionais é a quantidade que você aplica e a frequência das reaplicações. O protetor solar deve ser aplicado de forma generosa; o repelente de insetos deve ser aplicado em fina camada e com menos frequência do que o protetor solar.
Toque seco – Muitas vezes a textura, ou melhor, o veículo do protetor solar também consta no rótulo: gel, creme, gel-creme, loção, spray, bastão. E informações como “toque seco”, “efeito matte” ou “hidratante”. “Todos esses são veículos que carregam as partículas protetoras e devem ser considerados na hora da escolha de um fotoprotetor, pois uma textura adequada ao seu tipo de pele e rotina ajuda na adesão ao uso diário”, finaliza Ana Maria Pellegrini.

Foto: Antonio Gabola para Unsplash. Agradecimento: Maria Claudia Amoroso e equipe Holding Comunicações

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