Com sua arte, eles revolucionaram a beleza. Romperam paradigmas, ousaram, inventaram e construíram um legado para as gerações seguintes. Conheça os cinco haistylists que deixaram seu nome gravado para sempre no fascinante mundo da beauté.
Filho de empregados domésticos, Léonard-Alexis Autié simplesmente tornou-se o cabeleireiro queridinho de Maria Antonieta, última rainha da França e diva máxima do estilo rococó. Nascido no sudoeste francês, ele se mudou para Paris em 1769, onde começou a pentear os cabelos de Julie Niébert, uma atriz do Théâtre de Nicolet.
Suas criações extravagantes logo chamaram atenção e o coiffeur passou a atender mulheres da nobreza, como Madame du Barry, amante do rei Luís XV, e a marquesa de Langeac, uma das damas de companhia de Maria Antonieta.
As clientes do estilista tinham de se equilibrar sob penteados gigantescos, sustentados por pesadas estruturas de aço e enfeitados com acessórios inusitados, como frutas, legumes, plumas e o que mais brotasse da imaginação do artista. É possível ter noção do estilo Léonard assistindo ao filme Maria Antonieta, dirigido por Sophia Copolla, em 2006.
O polonês Antoine Cierplikowski desembarcou em 1901 em Paris e abriu seu primeiro salão na capital francesa em 1912, na chique Rua Cambon, número 5. Considerado o pioneiro da coiffure moderna na França, ficou conhecido como o Imperador dos Cabeleireiros. Também pudera: foi ele quem criou o corte mais famoso de todos os tempos: o carré da estilista Coco Chanel na década de 1920.
O look, chamado de coupe à Jeanne D’Arc, caiu no gosto das garçonnes, mulheres à frente de seu tempo que defendiam a igualdade entre os sexos e seguiam um estilo mais andrógino até para se vestir. O visual logo ganhou o mundo e um novo nome: à la garçonne, mas até hoje é conhecido simplesmente como chanel.
Antoine teve salões não só na França, mas também nos Estados Unidos, além de cidades como Tóquio, Melbourne e Vancouver. Famosas do naipe de Sarah Bernhardt, Josephine Baker, Édith Piaf e Brigitte Bardot passaram por suas mãos estreladas.
Nascido em Londres, filho de um casal russo, Sydney Guilaroff ganhou o mundo em Hollywood. Cabeleireiro oficial do famoso estúdio Metro Goldwyn Mayer, ele atuou nos bastidores de mais de 200 filmes! Em 1930, assinou o icônico carré de Louise Brooks, estrela-maior do cinema mudo.
O corte até hoje serve de referência para looks curtos geométricos. Nove anos depois, elaborou as tranças laterais que Judy Garland usou para dar vida à Dorothy, em O Mágico de Oz.
Também criou o visual de noiva da bela atriz Grace Kelly em seu casamento com o príncipe Rainier, de Mônaco, e era o preferido da diva sexy Marilyn Monroe. O hairstylist se destacou tanto na profissão que foi o primeiro profissional de beleza a ter seu nome escrito nos créditos de uma produção cinematográfica.
O francês Louis Alexandre Raimon cuidou das madeixas de Elizabeth Taylor durante as filmagens da superprodução Cleópatra, em 1963, e, no ano seguinte, criou o penteado que a estrela usou na cerimônia de seu casamento com o galã Richard Burton.
Sua relação com a atriz extrapolou o nível profissional e os dois se tornaram verdadeiros amigos. Era no ombro de Alexandre que Liz chorava quando brigava com o marido.
O coiffeur também era o favorito de nobres europeias e de divas icônicas como Audrey Hepburn, Lauren Bacall, Liza Minelli, Shirley MacLaine, Greta Garbo, Maria Callas e Sophia Loren. Alexandre partiu em 2008, mas continua vivo como nunca, graças à rede de salões luxuosos com sede na França e à marca de acessórios chiquérrimos para cabelos que leva seu nome.
Poucos adjetivos descrevem tão bem este londrino quanto a palavra “revolucionário”. O hairstylist libertou as mulheres do laquê ao criar o prático corte pixie, visual adotado pela estrela Mia Farrow no filme O Bebê de Rosemary.
Seu estilo único, inspirado na geometria da escola Bauhaus, é ensinado nas academias que levam seu nome na Inglaterra, na Alemanha e nos Estados Unidos e ainda influencia um sem-número de escolas pelo mundo. Sassoon também é sinônimo de marca de produtos profissionais fabricados pelo grupo Procter&Gamble.
Uma curiosidade que pouca gente sabe: em 1982, o cabeleireiro fundou o Vidal Sassoon International Centre, instituição que até hoje se dedica a promover estudos que ajudam no combate ao antissemitismo. Sua trajetória vitoriosa virou tema de documentário. Vidal Sassoon, O Filme estreou em 2010.
Texto: Cristiane Dantas (Edição de web: Patricia Santos)
Fotos: reprodução/divulgação