Embora continue levando vantagem, a preferência pelo longo já não é absoluta. A tendência dos cabelos curtos tem conquistado mais adeptas, inclusive uma legião de atrizes de Hollywood, famosas por lançarem hits. Práticos e charmosos, cortes acima do ombro deixam o rosto bem à mostra e denotam personalidade.
Para o hairstylist Neandro Ferreira, que vive entre Londres e Rio de Janeiro e é especialista nesse tipo de look, o trend tem muito a ver com o momento atual: “As brasileiras estão mudando o comportamento-padrão. Elas estão cansadas de ter cabelão apenas para agradar aos homens e não se identificam mais com as mulheres que simplesmente seguem regras, sem buscar realizar outros sonhos. Essa atitude influencia os visuais que veremos em 2018. Os curtos fogem do convencional e permitem que elas mostrem a cara, assumam sua individualidade e reafirmem que não estão aqui só para satisfazer aos outros”, diz.
Como se não bastasse, essa moda dos cabelos curtos é democrática, sem limite de idade, tipo de corpo, rosto ou textura de fio. “O que importa é a atitude”, enfatiza;.
É uma releitura moderna do “joãozinho”. Os fios, bem curtos, são repicados e as pontas ganham assimetria para ter movimento. “A franja pode ser volumosa. No entanto, a mais curtinha também é hit”, diz o hairstylist Kléber Rodrig, do Rio de Janeiro. O corte serve para qualquer tipo de cabelo, mas funciona melhor em lisos e finos.
“Além disso, favorece as mulheres baixas, pois dá sensação de alongamento do corpo. Indico também para rostos ovais ou triangulares”, completa Rudi Werner, do Werner Coiffeur, no Rio de Janeiro. Para fazê-lo, os especialistas recomendam a tesoura — a máquina deve ser usada apenas se a cliente quiser raspar a lateral.
Muito estiloso, o corte pede cabelo raspado (ou cortado bem rente) nas laterais da cabeça, enquanto o topo permanece volumoso. É indicado para quem tem rosto redondo, pois alonga a face. Funciona para todas as texturas, mas é uma ótima pedida para os crespos e cacheados.
“O volume natural desse tipo de fio cria um contraponto interessante em relação às laterais raspadas”, explica Kléber Rodrig. Já Vera Mosconi, do HBD Spa, no Rio de Janeiro, acrescenta: “Donas de lisos sempre precisarão de produtos, como musses, para deixar o topete cheio. Já as cacheadas conseguem isso naturalmente”.
Este é para as mais ousadas: aqui, os fios são raspados ou cortados muito rentes. Para fazer, não há segredos: “A melhor forma de executar esse corte é, primeiro, cortar bem curto; em seguida, passar a máquina com lâmina 2 ou 3”, explica Rudi Werner. O mais importante nesse estilo é a mulher ter certeza de que “segura” o look, pois ele deixa a cabeça praticamente descoberta.
Opção perfeita para aderir à tendência sem ousar demais. Trata-se de um corte mais curto na nuca e que se alonga nas laterais, indo até a altura do queixo. “Os modelos atuais têm pontas desfiadas e assimétricas”, indica a cabeleireira Jô Nascimento, embaixadora da L’Oréal Professionnel, de Limeira (SP). Superdemocrático, ele combina com a maioria de formatos de rosto e texturas de fio — os lisos, no entanto, pedem finalizador, que deixa o visual mais interessante. “Para fazer, é preciso cortar com elevação de 45 graus, para perfilar a base”, sugere o hairstylist Mario Silva, do Esmell Leblon, no Rio de Janeiro.
Texto: Carol Salles e Larissa Bosco
Fotos: Franck Provost e Shutterstock