O peeling é um dos tratamentos mais procurados em clínicas dermatológicas e estéticas, segundo dados do censo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). E quando a temperatura cai no outono-inverno, a busca pelo procedimento cresce ainda mais. “De uma forma geral, não deve haver exposição solar um mês antes e depois do tratamento, pois a radiação intensa do sol pode levar a efeitos indesejáveis como manchas na pele”, alerta o dermatologista Cristiano Kakihara, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Daí a preferência por fazer o procedimento nesta época do ano, em que geralmente as pessoas ficam menos expostas ao sol.
A palavra peeling vem do inglês “to peel” que significa descascar. É o que acontece com a pele, que passa por processo de descamação para estimular a sua renovação. “Peelings são procedimentos que servem para esfoliar, afinar, clarear, rejuvenescer, hidratar, diminuir a flacidez da pele e até mesmo tratar estrias, cicatrizes e acnes”, enumera Fabiana Padovez, esteticista e professora de Estética.
Segundo a dermatologista Claudia Marçal, da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, o tratamento consiste na aplicação tópica de substâncias capazes de remover de modo muito superficial somente a epiderme ou até mesmo chegar à derme profunda. “Isto depende do tipo de substância utilizada, sua concentração e a região a ser tratada”, declara a dermatologista.
O procedimento pode agir de forma superficial, média ou profunda. “Os superficiais agem na primeira camada da pele, causando uma leve descamação. Os médios atingem a segunda camada e são um pouco mais agressivos. Já os profundos são bem mais agressivos, porém o estímulo de colágeno é enorme”, compara a fisioterapeuta dermatofuncional Priscila Palazzo.
Há basicamente dois tipos de peeling, divididos em químicos e físicos. No peeling químico, a descamação é induzida por substâncias químicas, como os ácidos. Já no físico ocorre um processo mecânico de “lixamento” para retirada das células mortas, como no caso da microdermoabrasão. “Os peelings químicos superficiais atuam apenas na epiderme. Promovem uma descamação mais superficial com menor tempo de recuperação. Podem ser utilizados em peles claras e mais morenas melhorando a textura, poros, manchas e cicatrizes de acne superficiais”, comenta a dermatologista Claudia.
No caso dos peelings médios e profundos, ela explica que devem ser realizados no inverno, pois atingem camadas mais profundas. “Além disso, são contraindicados em peles morenas, com tendência a cicatrizes hipertróficas e pacientes com rosácea ou hipersensibilidade reacional. Também é proibido durante a gravidez ou lactação e vigência de infecções ou alterações hormonais. para evitar complicações como manchas pós-inflamatórias, infecção herpética ou por bactérias”, completa.
Entre os ativos mais usados, a dermatologista Claudia destaca os ácidos retinoico, tricloroacético, glicólico, salicílico, mandélico e kójico em associações para promover benefícios sobre a pele.
A biomédica Gabriela Silveira destaca a ação dos mais usados:
Ácido salicílico: melhora da acne e pele oleosa.
Ácido retinoico: tratamento da acne, controle da oleosidade, melasma e envelhecimento cutâneo.
Ácido tricloroacético (ATA): tratamento de rugas, cicatrizes, manchas senis e poros dilatados.
Ácido glicólico: rejuvenescimento, clareamento de manchas e redução de lesões de acne.
Ácido mandélico: tratamento da acne, fotoenvelhecimento e hiperpigmentação.
Ácido tioglicólico: específico para hiperpigmentação de olheira melânica.
De acordo com a médica Claudia, todo peeling químico deve ser precedido de preparo principalmente os mais profundos e de intensidade média. “Com ácidos associados a clareadores indicado pelo médico. Também não podemos deixar de lembrar da fotoproteção e hidratação diária com a finalidade de evitar manchas e promover cicatrização mais rápida”, recomenda.
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