A evolução dos loiros através das décadas

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Se uma máquina do tempo te levasse a um salão de beleza das décadas de 1930 ou 1950, você se espantaria com a falta de recursos e com a qualidade das cabeleiras claríssimas da época! Mesmo quando pensamos nas divas do cinema, como Marilyn Monroe e Brigitte Bardot, que tinham ao seu alcance os melhores hairstylists, o resultado não é comparável aos looks de hoje porque a indústria ainda engatinhava em relação a coloração e tratamento.

Como o beauty artist deve ser antenado com a cultura da beauté, preparamos uma linha do tempo que mostra o progresso do clareamento desde os anos 1930 até os tempos atuais. Quem nos ajudou a montar essa timeline foram a cosmetóloga Sônia Corazza, a coordenadora de formação do Instituto L’Oréal Professionnel, Catia Vilella, e a gerente de capacitação da Wella Professionals, Marcelle Augusto. O resultado é inspiração pura. Confira!

1930 – MUSA RETRÔ

Primeira atriz, antes de Marilyn Monroe, a explorar o sex-appeal dos fios platinados, Jean Harlow encarava todos os incômodos para imortalizar seu look. E conseguiu. Além disso, ela lançou a moda de combinar o look ultraclaro com batom vermelho intenso e pinta em destaque.

Naquela época, a descoloração era feita com oxidantes muito radicais, como o peróxido de hidrogênio, também conhecido como água oxigenada. Empregada de maneira global, ou seja, em toda a cabeleira, ela causava dores consideráveis nas mulheres. Tanto é que as revistas femininas faziam apologia ao uso de éter como anestesia, buscando minimizar o forte incômodo. Outra maneira de clarear era misturar amônia com clorox, cujo princípio ativo é o hipoclorito de sódio – o mesmo dos desinfetantes de limpeza doméstica. “Essa reação forma o ácido clorídrico, tremendamente agressivo, mas que clareava”, conta Sônia Corazza.

1940 – PIN-UP

A atriz Betty Grable, uma das primeiras celebrities a serem retratadas como pin-up, era considerada a namorada dos oficiais da Segunda Guerra Mundial. Ela era famosa por exibir madeixas loiras sempre penteadas com ondas e curvas.

Com a água oxigenada mais popular, os hairstylists trabalhavam com dosagens concentradas, o que irritava o couro cabeludo e os olhos. “Em minutos, a mistura perdia potência e fazia com que o profissional manipulasse novos blends para continuar a descoloração e não deixar o resultado no tom gema-de-ovo”, afirma Sônia. O resultado? Cabeleira seca e propensa a queda pela quebra.

1950 – SEX SYMBOL

Como Marilyn Monroe conseguia manter os cabelos platinados? O segredo da diva era uma mistura secreta de água oxigenada lixívia (produto alcalino com pH 13) prateada com oxidante de 20 volumes, seguida por uma lavagem acinzentada, também confidencial, para desamarelar seus fios. O platinado de Marilyn era chamado carinhosamente de pillow case white, que significa “fronha de travesseiro branca”.

O peróxido de hidrogênio se tornou o ativo absoluto. “Obtinha-se um clareamento de dois ou três tons”, conta Cátia Vilella. A partir daí, as empresas começaram a agregar emolientes, proteínas e até retardadores do efeito oxidante. A intenção era melhorar a ação e tornar o processo mais seguro. “Nessa época também surge a primeira coloração em creme, antes todas eram líquidas”, afirma Marcelle Augusto. Vale lembrar que os cabeleireiros usavam a amônia para manter o pH na faixa alcalina e garantir a remoção da cor original, mas o visual ficava chapado.

1960 – BOMBSHELL

Naturalmente morena, a francesa Brigitte Bardot se tornou sex symbol somente após chegar ao seu loiro-manteiga. Para ganhar a sua cor famosa, a musa coloria os fios globalmente. Entretanto, até hoje não se sabe exatamente a fórmula que ela usava.

Após décadas investindo apenas em descolorir, as loiras puderam voltar sua atenção a um novo conceito de beleza: tratar os fios com rituais profissionais. Alguns deles usavam aminoácidos como ativo. Eram tratamentos intensos, que combatiam a ação dos processos clareadores. “Apesar disso, os produtos utilizados eram de uma qualidade incomparável aos que temos no mercado hoje”, ressalta Cátia Villela.

1970 – ANGEL
 
O setentismo marca o surgimento das mechas, que conquistaram as mulheres no final da década. E o tom não era mais o amarelado de Brigitte ou o platinado de Marilyn, mas sim nuances naturais, como o mel. Quem marcou época foi a atriz Farrah Fawcett, uma das protagonistas da série As Panteras (Charlie’s Angels). Nessa época, o processo era feito com touca e os descolorantes clareavam até três tons. Farrah, aliás, nasceu loira. Por isso mesmo, ela chegava facilmente no tom desejado com fundo acinzentado com técnicas de reflexos e luzes. Não é à toa que seu look influencia as blondies até hoje.

1980 – MATERIAL GIRL

Esta é a década da Madonna! A ex-morena alcançou a fama com um loiro inspirado em Marilyn Monroe. Entretanto, a estrela já demonstrava a evolução das técnicas de luzes: seus fios tinham diferentes nuances de platinado, ganhando certa profundidade.

Chegava ao mercado uma novidade bombástica: produtos para serem usados no papel laminado. A partir dessa inovação, os hairstylists desenvolveram técnicas de reflexos e balayage. “Os cabeleireiros passam a usar tonalizantes para cobrir as mechas na tonalidade que desejavam”, conta Marcelle. Nesse período, também foram reduzidos os níveis de ingredientes ativos de tinturas semipermanentes, com o objetivo de prevenir a descoloração excessiva e permitir que a cor se forme apenas na superfície da fibra.

1990 – A GAROTA DA PORTA AO LADO 

Se nos anos anteriores os reflexos chegaram tímidos, é nesta década que as highlights explodem. E as mulheres adoram aquelas beeem laaaargas! “Eram muito marcadas, o bacana era ter a linha forte entre o claro e o escuro. Dava para ver onde começava uma e terminava outra”, explica Marcelle. É nesse período também que as fórmulas dos descolorantes passam a receber lipídios, que aumentam a proteção da fibra. 

O visual de Jennifer Aniston, a Rachel da série Friends, foi referência para as mulheres. Ela mantinha o fundo de cor no loiro-escuro natural e usava mechas bem marcadas na franja e na área superior do cabelo.

2000 – GAROTA DA PRAIA
 
Bastante viva em nossa memória, essa foi a época em que surgiram clareamentos de pontas, como californianas, ombrés e outros que davam o efeito de cabelos queimados pelo sol. Em 2003, pesquisadores criaram um método para reduzir os danos causados pela hidroxila e melhorar a formação da cor nos fios ao adicionar ácido etilenodiamina dissuccínico aos produtos tonalizantes. Trata-se de uma substância quelante, que captura íons metálicos e previne a formação de cobre no cabelo.

Gisele Bündchen é dona do visual mais cobiçado do século 21. A loira natural faz balayage com mix de tons harmônicos. Ela retoca as luzes apenas uma vez por ano, pois não gosta da cara de quem saiu do salão. Simples, não é mesmo?

Texto: Geiza Martins (edição web: Patricia Santos)
Fotos: divulção, reprodução e Shutterstock

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